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Um pedido de desculpas

Hoje estou aqui para me desculpar com alguém. Poderia muito bem falar diretamente com a pessoa para a qual as desculpas devem ser direcionadas, e poupar você de ler minhas chateacoes, mas resolvi que seria  melhor me expor. Me comportei extremamente mal com uma antiga amiga e não sei até hoje o que aconteceu comigo. Ainda me questiono e não sei a resposta para tal comportamento. Pode ser que eu tenha me calado algumas semanas antes e tudo explodiu em quatro dias; pode ser que tenha sido a decepcao com o clima que nos forçou a ficar mais em casa, e não nas praias baianas como pretendíamos; pode ser também que tenha sido a distância, o estresse comum do Brasil, o ficar mais velha e não entender que algumas coisas ficaram definitivamente no passado, ou quem sabe, o fato de ela ser mae há pouco mais de quatro anos e eu há mais de vinte e cinco, e achar na minha soberba, que estou mais certa que ela. Enfim, pode ter havido vários motivos que explicassem meu péssimo comportamento, mas o fato é um só: eu errei! E fui a única responsável por isso.
Posto isso, me resta somente pedir desculpas. Mas não da forma que já fiz com ela, apontando meus erros, me desculpando, mas ao mesmo tempo, explicando os motivos que me fizeram agir desse ou daquele modo. Isso não é desculpa de verdade, não é? 
- Ah, minha filha, eu agi assim, é verdade, mas você também, né? Caramba! Você fez isso e aquilo!
Isso não é verdadeiro! Nao é arrepender-se. Ao fazer isso, me coloco novamente na defensiva, a acuso mais ainda, e em vez de me desculpar sinceramente, a agrido um pouquinho mais e penso me sentir falsamente melhor. 
Eu sou agressiva! E tenho notado isso há pouco tempo. Ando na verdade, com bastante vergonha de mim. Esse meu jeito explosivo tem me custado alguns desapontamentos, e é algo com o qual preciso trabalhar mais... sei muito bem, que cada pessoa tem um jeito individual de ser, e eu fui feita desse jeito complicadinho mesmo, mas essa minha característica pessoal não pode continuar a ferir e assustar pessoas que me querem bem.
Com ela, nao fui justa, não fui correta, não fui legal, não fui humana, não fui gentil, não fui amável, nem querida, nem amiga, nem nada! Eu agi de forma horrível, indigna, ingrata e injusta. E nada cristã! E é essa a parte que mais me dói. Aquela mesma pessoa lá na Bahia era eu: esta que escreve coisinhas bonitinhas e amáveis neste blog algumas vezes.
Eu, Nina Rosa, a hipócrita!
Daí estou aqui, pedindo a Deus essas semanas todas para Ele me ajudar a compreender minhas acoes com minha amiga, a me mostrar os porquês... mas Ele insiste em me dizer que esta e aquela, diante da minha amiga, são a mesma pessoa! Sou eu.
E ando tentando fugir desse fato, dessa realidade, mas tá punk, sabe?! Toda hora eu me deparo comigo mesma: a monstra que não sabe segurar a língua ferina disfarcada de verdadeira. Que fere achando que tem esse direito, já que um dos meus apelidos, dado por uma das minhas irmãs, é “Nina, a super sincera”. Tenho mesmo que manter a minha fama de má?
Desde quando falar a "minha" verdade sobre alguém é necessário? Se ela nem mesmo pediu minha opinião... quem me deu esse direito de achar que tenho as respostas para tudo; que o que penso é certo, que estou acima do bem e do mal, porque tenho opinioes sinceras? Diferente de muita gente falsa... Mas, pensando bem, tem alguém se importantando com o que eu penso? Tem nada! O povo tá cagan..o* para a minha opinião!
E minha amiga também estava.
O que ela queria, provavelmente, era simplesmente, mostrar a sua atual vida, nos apresentar sua bela filha, receber um sorriso de agradecimento pelos bolos, e ser elogiada. Mas eu não sei elogiar sem ter um motivo real e esse é um dos problemas que vejo em mim. O fato de sempre falar a verdade, me traz realmente, alguns problemas.
Perceba! Quase que escrevi, neste exato momento, o que ela me fez e o que me motivou a falar o que falei... Talvez, usando de muita perspicácia agora, iria fazer você, meu leitorzinho querido, ficar do meu lado... afinal, você nao teria o outro lado da história, não é? Olha como somos! Nao! Olha como eu sou! Que vergonha! Que língua terrível. Que mania pavorosa essa que temos de apontar o erro do outro como estopim para nossas reacoes! E já estou aqui, enrolando e talvez quase chegando no mesmo ponto que já cheguei com ela esta semana: me justificando. E acho isso tao pavoroso! Sempre que noto isso nas pessoas, logo penso: olha lá ele, se justificando! Mas a verdade é que o remendo fica pior do que o rasgo. Todas as vezes, pode notar, que falamos mais do que é necessário, a gente se ferra.
Entao é melhor parar por aqui, antes que eu aumente ainda mais o rombo que causei.
Não tenho certeza do futuro dessa amizade. Acho que fui tao agressiva em variados tons, que tenho até a impressao de que muita coisa acabou ali, e que mesmo tentando reconstruir algo hoje, seria difícil repor o que se perdeu. Tudo por minha culpa. Também nao sei se estou disposta a reconstruir, porque nem entender minhas reacoes eu consigo! Ando pensando sobre isso há um bom tempo, mas simplesmente, não tenho resposta. Vou ver se o tempo consegue me recolocar na minha posicao e verei  no que vai dar. Ou pode ser que minha amiga entenda que nao quer reconstruir nada e me mande para a ponte que caiu, como diz minha mae...  
Por hora, desculpa querida, toda a minha estupidez. E te digo, sem a menor demagogia: você merecia uma pessoa melhor como amiga.

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