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Apanhando de um homem?

A Ceila, do Blog do Desabafo de Mae, pediu pra gente continuar com o tema e eu acho o pedido mais que válido. Entro na briga sem pestanejar. 

Como este blog nao tem nada de historinha inventada porque é tudo o que vivi e vivo, tem que ter a minha experiência pra ilustrar o post. Sempre.
Nao tenho vergonha de contar essa parte da minha história. Ela é minha.

Fui uma crianca de autoestima muito baixa, apanhei muito da minha mae quando crianca porque era só isso que ela acreditava ser o correto na educacao dos seus cinco filhos. Tive pai ausente e um padrasto horrível, fraco, mas que batia na minha mae (e apanhava dela), a destratava e a fazia de escrava, em vários sentidos. Os modelos de homens da minha infância sao os piores possíveis! Cresci assim. E na juventude repeti padroes. Tive relacionamentos doentios com homens que nao me acrescentavam nada, com excecao de apenas um namorado muito gentil e esclarecido, gracas a uma mae muito consciente e de cabeca aberta. Acabei me juntando a um homem que me deu dois filhos lindos mas que me tratou muito mal. Nao me respeitava como mulher e como mae. Vivi 10 anos com ele, e nao lembro de um dia que nao fosse mal tratada. Era constantemente agredida pscicologicamente. Eu era aquela que era ruim em tudo! Ele tinha um jeito oscilante de ser que me fazia viver constantemente em pânico, pois ele mudava de humor em poucos minutos e eu nunca sabia como ele reagiria no próximo instante. Isso me desgastava demais. Nunca fui respeitada por meu marido e isso comecou ainda no namoro. Eu já sabia como ele era, ele nunca me enganou, mas eu nao acreditava que fosse ser assim pra sempre, mas foi! Ainda no namoro, ele comecou a tentar me modelar e fez isso durante todos os anos que se seguiram. Depois ficou muito tarde pra eu virar as costas e sair da armadilha que eu mesma me impus. Ele tentou me colocar contra meus amigos e até mesmo contra a minha própria família! Eu nao tinha mais forca e nao via saída pra minha situacao. Porque ele mexeu com minha base e estrutura de tal forma que eu já nao acreditava em mim mesma. Ele massacrou a minha alma, por longos anos. E de alma machucada você nao consegue se reerguer facilmente. Veja bem, eu nao era burra, nao era pobre, nao morava em favela, era uma mulher esclarecida, universitária, mas isso nao impediu de ser agredida tantas vezes. Fisicamente ele me agrediu somente uma vez, mas posso garantir que aqueles tapas, empurroes e xingamentos de um homem de 1,83 em uma mulher de 1,52 de altura doeram muito menos do que as palavras proferidas contra mim durante os 10 anos em comum.  
Ele amava os filhos mais que tudo, mas isso nao o impedia de tratar a mae deles como ele o fez e na frente das criancas, muitas vezes... 

Eu consegui me libertar daquela vida dura que levava e isso só foi possível quando tomei algumas atitudes e parei pra pensar seriamente em quais eram, afinal, as minhas prioridades na vida. Voltei a faculdade, me formei, arrumei um emprego e saí de casa. Essa era a minha única saída! A reconstrucao de mim mesma, por mim  mesma. Isso ninguém pode fazer por nós, ninguém tem esse poder. A forca está dentro da gente, sabe?! E a gente mesmo é quem tem as respostas. A gente sabe o caminho.

A entrevista que a Ceila fez com o responsável pela pesquisa, o Gustavo,  fala da divisao de tarefas em casa e do diferenciamento que fazemos na educacao de nossos filhos, meninos e meninas, fala na questao cultural e burra, de que em briga de marido e mulher ninguém mete a colher, das mulheres que sao agredidas em todas as classes sociais,  fala dos números impressionantes de mulheres que apanham em casa e principalmente fala de uma verdade absoluta: esse é um problema de todos nós! O fato de você nunca ter apanhado de homem nao exclue você dessa luta. Tem muita mulher apanhando de homem, tem muita mulher sendo morta! Gente isso tem que acabar! E é só falando o máximo possível desse tema que vamos conseguir tirar essa mancha horrorosa de nossa sociedade.

Leia  post e veja o vídeo. Clique Aqui


Nao se cale!

Imagem daqui


Aqui a entrevista que a Ceila fez com Gustavo Venturi:

* * *
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Comentários

  1. Uhu! Parabéns mulher. Primeiro por ter se tornado mulher suficiente para lutar por si mesma. Isso é raridade. Segundo por tera coragem de partilhar uma trajetória que ainda hoje é tabu por mais comum que seja dentro do privado e principalmente pela generosidade de continuar essa conversa. Obrigada, obrigada e obrigada. Só posso lhe dizer que tenho gratidão por tudo isso e espero do fundo do meu coração que podemos fazer diferente na nossa blogosfera materna. Abraços!

    Se quiser pegar o código do vídeo para colcoar no post, acho que seria legal.
    Abraços!

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  2. Nina,
    Eu concordo com você. Uma mulher que apanha somos todos nós. E isso de que em briga de marido e mulher não se mete a colher favorece aos agressores sempre, que se sentem seguros em sua covardia.
    Já sabia de sua estória de superação, e sempre me encanta ver a sua coragem em relatar coisas profundas. Tenho certeza que um dia a mulher certa vai aparecer neste blog, ler suas palavras e se inspirar. E reagir às surras e/ou humilhações.
    Não é?

    Beijosssss

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  3. Essa é uma luta de todas as mulheres, independentemente se sofreram a agressão ou não. Exemplos como o seu, de superação e também de reconhecimento de que a armadilha foi imposta por você mesma devem ser colocados àquelas que iniciam a sua vida com o homem errado. A mulher gera a vida, é delicada, sensível, e tem de ser assim para importar-se e cuidar de sua prole, ninguém tem o direito de bater em outra pessoa e muito menos quando a diferença física é gritante como da desigualdade dos sexos.
    Excelente alerta!
    Beijo
    Adri

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  4. Oi Nina,

    Essa é mesmo uma luta de todos nós. Nem sei bem como a gente vai se envolvendo com esses tipos, vai se envolvendo, achando que no casamento vai ser diferente do namoro, e se afundando cada vez mais. Falo por mim. Foram 2 anos de namoro e 8 de casamento.
    Os safanões, empurrões e chaves de braço não são nada comparados às constantes massacres verbais ao longo destes 10 anos. Ao final, eu estava completamente destruída, não sabia mais nem quem eu era.
    Não dá pra resumir, mas o sofrimento psicológico foi, pra mim, muito mais cruel do que o físico.
    A coragem e a força, como você bem disse, estão dentro de nós. Muitas vezes amordaçadas, mas elas existem. Cada uma tem seu tempo, mas tenho fé que, aos poucos, cada vez mais e mais mulheres se libertarão.
    Seu post me emocionou.

    Beijos

    Carla

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  5. Eu me envolvi com um homem que jamais pensei que iria me envolver, tinha tantas características que me desagradam ao extremo e mesmo assim me envolvi. Isso quer dizer que mesmo nunca tendo sofrido violência por parte dos homens que tive, sei que não estamos imune a que uma situação dessa se apresente na nossa vida. Não podemos dizer que tal coisa não vai acontecer.

    Então acho que seu post além de tocante, está cheio de verdades

    Beijocas

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  6. E muitas mulheres são agredidas com frequencia Nina, isso que é mais triste.
    Tenho amigas casadas que me relatam agressões por palavras e até 'safanões' como elas dizem. Mas nao tem coragem de deixá-los. Medo da vida sem um 'porto seguro' como se o fato de ser agredida nao fosse suficiente para abandonar este barco naufragado.
    Eu sinto uma imensa tristeza quando ouço. Por que são amigas que amo, sei o que penam, e os maridos fica posando de bons moços. Eu tenho de vontade de ir lá e falar: "olha aqui cafajeste, eu sei o que você faz com minha amiga e vou te denunciar.
    Mas sabe, em uma das vezes eu dei minha opiniao sincera, tals...nao deu muito certo, porque quando o casal faz 'as pazes', a gente que falou a verdade fica mal vista, como alguém que nao quer a felicidade deles.

    Meu marido é um homem maravilhoso, graças a Deus. Porque do jeito que sou esquentada, se ele viesse com gracinhas do tipo eu acho que seria eu a me tornar a agressora.

    Beijos

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  7. Oi Nina, eu cresci num lar onde havia abusos fisicos e verbais, engracado ne como a gente sem querer escolhe o que mais nos machucou.
    Vou citar este post no meu blog, temos que nos unir e parar de achar que a mulher que apanha o faz pq quer.
    Beijo grande
    Lola

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  8. ooh amiga, um flash back agora na minha vidinha,... q coisa, fiquei triste, muito mais do q ja estava... esta acontecendo uma coisa horrivel aq no brasil, ja nao tenho lagrimas para chorar.... eh longe de casa mais tao proximo ao mesmo tempo, eh no nosso país, é uma tragédia q poderia ta acontecendo prox da minha casa, com alguem da minha família, com minha filhinha ou meus irmaos.... o terror esta tirando minhas noites de sono desde quinta feira qndo houve o massacre numa esc. mun. de Realengo no RJ... estaou tao chocada com os noticiarios, com as informações da net... e o pior amiga eh q achei alguns comentarios maldosos de gente dizendo q ele deveria era ter matado mais, gente achando q foi pouco, acredita, como tem gente doente ae solta nesse mundo sem nenhum tratamento... tenho medo amiga, tenho mto medo... meu coração esta em pedaços... pensar na infancia e adolescencia violenta q tive e em algumas brigas q ja tive com meu marido eminha filha presenciou, me fizeram me sentir muito pior... uma tristeza sem fim preencheu minha alma por completo...

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  9. Poxa, Nina, que relato forte, pungente e importante para alertar outras mulheres que estão nesta situação e nada fazem!
    É preciso ter coragem e muito amor próprio para sair de uma relação assim e encontrar um novo caminho.
    Meus parabéns, você conseguiu!
    Mas, fiquei aqui a pensar no início deste seu relato, será que tem alguma coisa a ver, no caso você ter procurado se relacionar com um homem que reprisou o que sua mãe vivenciou em sua infância?
    Eu sou como a amiguinha Lu acima, tenho um marido maravilhoso, mas se ele se engraçasse pro meu lado ia levar umas que só quem já viu uma mulher com sangue quente italiano pela frente sabe o que quero dizer. haha
    bjs cariocas

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  10. NIna...que emocionante seu depoimento...Pensei estar lendo um livro,uma novela.Muito triste saber que aconteceu com vc.Que bom que vc acordou e conseguiu sair desse rodamoinho .Poucas conseguem ,tem força e vontade,a maioria se deixa levar e acabam no limbo.Que volta bonita vc deu e espero que fique sempre assim, por cima.Que este post ajude a quem precise tomar uma decisão,que o faça antes de ser tarde demais.Saudades dos seus post,estive muito depre para visitar ...agora estou bem e corri ver o seu...beijokas e um mundo maravilhoso para vc

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  11. NIna
    Neste seculo com a mulher com tanto preparo intelectual e com tanta invençaõ eletronica deveria não ter mais mulher apanhando de homem.
    com carinho Monica

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  12. Nina


    eu gosto de te ler por que vc é verdadeira, real. Você nao é um personagem. Quanto ás mulheres que sofrem todo tipo d ehumilhacao, eu corroboro com quemf ala que ISSO É DA NOSSA CONTA, SIM!
    BJSE DIAS FELIZES

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  13. Nina querida,
    A fortaleza em que você se transformou tem raízes bem antigas, inclusive na dor e na coragem de superar um relacionamento que te deixava tão triste, tão oprimida. Obrigada por compartilhar sua história, vi minha própria mãe em vários momentos entre suas linhas. Esta causa cabe a todas nós.
    Bjim
    Márcia

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  14. Oi,NIna!

    Eu concordo. Algumas palavras também podem doer muito ais do que um tapa. E nenhum deles - palavras ou tapas - devem ser tolerados. Você tem toda razão. Morre um pouco a cada dia quem sofre com esse tipo de atitude.

    É uma luta diária, contínua e temos que estar sempre juntas nela.

    Um beijo!

    PS: O Blog está lindo, lindo, lindo! Tenho vontade de ficar aqui olhando tudo, cada detalhezinho!

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  15. ola,sou sua nova seguidora
    e posso lhe afirmar q es um exemplo de mulherrr
    alem de seguidora, serei sempre sua admiradora

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  16. Nina, ufa, enfim, consegui te dar o troco...segue: http://blogdodesabafodemae.blogspot.com/2011/04/parto-humanizado-reduz-violencia-contra.html

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  17. Nina, parabéns pela postagem. Imagino o quanto deve ter sido difícil para você vivenciar tudo isso e falar sobre tudo isso. Conheci o seu blog hoje e gostei muito dele.
    Espero que o seu depoimento inspirador dê forças a todas nós para nos livrarmos de relacionamentos tóxicos e que nos destroem.
    Abraço carinhoso.
    Roberta Fraga
    fraga.roberta@gmail.com

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  18. chorei pq tenho uma história tao proxima da tua. e, por que acaso, parei aqui. obrigada por se abrir e contar esse bocadinho dolorido de si, q me ajudará a me recompor daqui.

    com carinho,
    beijoca :*

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  20. É quando a gente se vê apanhando de um homem, parece que o mundo vai acabar. Foi assim que me senti quando senti o peso da mão dele. Meu marido estava me batendo de madrugada e eu nem sabia porquê. Nunca tinha levado um tapa de meu pai e meu marido estava me batendo. Reagir como? Não consigo lutar com um homem.

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