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Falta de amor



Apesar de bem frio - o outono começou por aqui há algumas semanas e há alguns dias tem feito um frio de rachar, hoje por exemplo enquanto eu andava até a estação, estava fazendo 1 grau! -  as folhas estão perdendo seu verde lentamente, se transformando em laranjas, amarelos e vermelhos, colorindo as áreas verdes das cidades,  o céu estava num azul de encher os olhos e a música estava me dando uma calmaria boa de sentir. Sabe quando seu coração parece que está expandindo? Quando você tá tão cheio de amor que tem a impressão de que não consegue fazer mais nada além de sorrir pras plantas, pra rua, pros muros, pras bicicletas, pras pessoas, pros cachorros??? Pois era assim que eu estava hoje de manhã. E eu repetia a música várias vezes no mp3 player. De repente eu pensei no Brasil. Pensei em como o amor é imprescindível, fundamental na vida das pessoas. E fiquei pensando no amor que falta a tantos. No amor que não foi dado ou viveciado por tantos. No amor que não move, não moveu e talvez nunca moverá a vida daquelas pessoas no Rio de Janeiro nesse fim de semana passado. Fiquei pensando na enorme  pobreza de espírito daqueles que colocaram outras coisas como fundamentais nas suas vidas, que não o amor. Da pequenez que o dinheiro e o poder na verdade, são. Fiquei pensando no amor que nunca será dividido por essa gente ruim que mata os seus semelhantes como se matassem um mosquito. Que matam os seus iguais. Por motivo nenhum! Fiquei pensando no amor que eles tiraram e tiram todos  os dias da vida de tantas famílias e que desfazem lares, e que dissolvem horizontes, e que transformam em poeira o futuro de outros. Pensei tanto na falta de amor dessa gente. Hoje eu chorei num trem lotado numa pequena cidade da Alemanha pelo Rio de Janeiro. Pelo Brasil. Cheguei de nariz vermelho na escola, e não era do vento frio no rosto. Hoje eu chorei e não tenho a menor noção, "gracas a Deus", dos rios de lágrimas que algumas famílias  ainda estão a chorar, por esse "fim de semana sangrento no Rio" como estão chamando por aqui o que houve por lá esse fim de semana passado.
E de repente a gente se sente culpado por ter tanto amor, enquanto muitos não sabem nem o significado dessa palavra...

Comentários

  1. Nina hj postei esse mesmo sentimento pela manha, o de nova manha de amor de tudo de bom que nós sentimos e que algumas pessoa não sabem nem o significado.
    Mas não podemos desistir, pois a esperança é sempre o amor que move a humanidade, pq acredito ainda que a mais amor do coisas ruins !!
    beijo grande !!

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  2. Nina querida!
    Voltei ontem da Europa.
    Cansada, roupas para cuidar, malas a desfazer, sono e feliz por ter estado duas semanas em total falta de sintonia com o Brasil, a não ser pelos blogues queridos que dava uma espiada à noite, mas não conseguia ficar muito tempo no lap top, devido à canseira do dia em sobe e desce de trens e passeios.

    O que você colocou foi o que senti quando entrei no taxi que nos trouxe até Niterói onde moro. O taxista estava preocupado com o que aconteceu e com medo de andar nas ruas da cidade aquela hora da tarde (7 e pouca da noite em horário claro de verão).
    Remeti-me imediatamente à calmaria das ruas de Lisboa às 23 horas quando saíamos de algum restaurantezinho e voltávamos caminhando.
    Meu Deus, como podemos dizer que Deus é brasileiro!?
    Como o mundo está sendo enganado com a imagem que este presidente vende aí fora?! Todos com quem falei, desde Londres à Coimbra, acham que o Brasil está ótimo, que está rico e que nosso presidente é uma figura carismática e muito tem feito para levantar a imagem do país.

    Mas, a verdade é esta que você chorou por ela; a verdade nua e crua é que não se vive nesta desgraça de país, não temos paz, não temos graça em possuir nada que possa chamar a atenção; não falamos a ninguém quando viajamos nem quando retornamos. Porteiros, empregada doméstica, até amigos evitamos comentar quando viajamos para o exterior. Isso não é viver.
    Sobrevivemos, essa é a verdade.

    Obrigada por chorar por nós, tão distante, vendo este céu azul que vi e cheio de rastros brilhantes dos aviões nos céus. Não cheguei a chorar, mas meu coração se entristeceu também, dentro de um trem, retornando de Cascais e olhando as paisagens singelas e seguras das cidadezinhas de Portugal. E ainda vem uma Maitê Proença espezinhar um povo que consegue viver com aquela qualidade de vida, com aquela decência simples e luxuosa.
    Toda vez que retorno fico assim, meio deprê, mas logo passa!

    um grande beijo carioca

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  3. Nina querida,
    O amor é uma força poderosa na vida da gente, e a fata dele é destrutiva e mordaz. Não sei se há lógica na guerra civil de nosso Brasil, mas que falta amor, disso não tenho dúvida...
    Um bjo e uma semana explodindo de amor pra vcs!
    Márcia

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  4. Nina,
    Assisti agora no Jornal Nacional a matéria dando conta da morte do 3º pm morto e mais três rapazes assassinados á toa. Eram pedreiros, mecânicos...O Rio está numa guerra civil e morro de chorar quando vejo que o mundo está cheio de pessoas prontas para a guerrilha!
    Mas eu também acho que o amor que a gente sente tem o poder de espalhar seus reflexos mundo afora!
    Bora lá espalhar amor?
    Beijos.

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  5. Nina, perfeito tudo isso que a Beth escreveu. Não gosto (e não comento) de dizer a ninguém o que vou escrever aqui: não fiquei feliz pelo Rio ter ganhado para ser sede das Olimpíadas de 2016. Fiquei sim foi muito preocupada e taí o motivo, estampado em todos os jornais. A violência que vivemos neste país. Como se todas as desgraças não fossem suficientes.
    Também viajei a pouco pra Europa, como sabes, e vim com esta sensação que a Beth descreve (agora já passou, mas de vez em quando volta), uma vontade de ir embora porque não acredito que possa mudar, sinceramente.
    Sim, nos falta amor, com certeza. Principalmente o amor pelo próximo, pelo que é nosso. Respeito também. Isso, aqui nesse país, é palavra sem significado, desconhecida... Uma pena.
    Beijo!

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  6. Se as pessoas compreendessem o amor,nada de ruim aconteceria.
    O amor move montanhas, a falta dele as destrói.

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  7. Nina querida!
    Deixei uma resposta para você lá no meu último post. Pode conferir.
    beijos cariocas

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  8. Oohh gente, acho isso tudo tão triste...essa falta de seguranca que vivemos hj no nosso país. O comentário da Beth doeu um bocado em mim, exatamente por ser a mais pura verdade :(
    obrigada Beth por expor tao claramente e até apaixonadamente, a tua opinião.

    É meninas, é preciso ter mt amor amor mesmo pra encarar coisas assim, e mais ainda, pra passar adiante,nem que seja aos nosso filhos, família e amigos.
    um bj com amor em vcs!

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  9. A BETH LILÁS FALOU TUDO. SEM COMENTÁRIOS


    EU sou louca pelo meu pais.Chorod e saudades, mas quando chego lá e, 3 dias depois, leio o jornal local, adoeco..Choro e quero voltar para a seguraca seuca...

    Tenho que aprender a conviver com isso...
    bjs e dias fleizes

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  10. Nina, infelizmente, concordo plenamente com a Beth. Nunca saí do Brasil, mas não penso em outra coisa ultimamente. Tenho raiva de morar aqui. Me sinto presa a esse lugar onde as coisas NUNCA irão dar certo...

    A violência não acontece só por falta de amor. Falta da educação também é um dos maiores motivos.

    Mas realmente, se houvesse mais amor, nada disso aconteceria...

    Nina, como você, as vezes me sinto mal por ter tanto amor, por dar tanto amor a minha filha, enquanto tantas crianças terão um futuro incerto exclusivamente por falta desse sentimento.

    Também choro pelo Rio, pelas mães que perderam e perderão os filhos com essa guerra, pelo constante medo que vivemos e oro para o amor prevalecer...

    Beijos, fica com Deus!!

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