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Qual sua relação com seu corpo?

Depois de escrever o post mais ali embaixo e ao ler o comentário de algumas meninas sobre ficar nua ou não na sauna, fiquei pensando na problemática de se ficar sem roupa ou em como nos vemos a nós mesmas.

Eu era bem chatinha com relação ao meu próprio corpo. Sempre fui muito pequena, magra e tinha peitão, por isso me via muito desengonçada. As minhas roupas nunca ficavam muito bem, pelo menos na minha concepção, porque sempre tinha uns 3 quilos de peito pra cada lado, atrapalhando. Meu sonho de consumo era comprar uma camisetinha de alcinha bem fininha, mas naquele tempo, usar alça de sutien aparecendo como muitas meninas fazem hoje, era muito brega e sem sutien, eu nunca teria coragem! Meu apelido entre minhas "malvadas" irmãs na adolescência mudou de Pinguinho, da infância, pra Vaquinha Mococa. Até hoje lembro da musiquinha da TV que fazia minhas maninhas dispararem a cantar alto pra eu ouvir:

Ahhh, eu amo a internet! Como mais eu poderia me rever na tv???
Depois que minha filha nasceu, como muitas outras mães já devem ter notado, o peito diminuiu consideravelmente pra minha sorte, porque se ele continuasse como era antes ou durante a amamentação, eu iria de fato, ser a vaquinha mococa pra sempre. Até lembro do dia que minha irmã me olhou e falou :
- "Puxa Pingo, tu não é mais a Vaquinha Mococa, né??!!"

É mana, o peito diminuiu, mas com ele vieram as estrias e a flacidez da barriga (se você não entende o porquê, tente imaginar sua pele sendo esticada numa gravidez onde você passa a pesar no mínimo, 15 quilos a mais, e depois imagine a mesma pele voltando ao normal, quero dizer, tentando voltar ao normal, porque como era antes, ela nunca mais será) e a isso, junte ainda a celulite (por mim, recém adquirida) e imediatamente depois do parto, um umbigo levemente deformado. As pernas que já eram magras, depois do nascimento e a volta ao tamanho natural do corpo, ficam tão magrelas que dá vontade de viver de calça comprida pra sempre, até na hora de dormir e tomar banho. E na amamentação, você ainda tem que andar pra cima e pra baixo com um lencinho dentro do sutien pra não correr o risco de escorrer leite do seu peito na sua roupa e você ficar além de feia, com aquele cheirinho azedo de leite por onde quer que você ande. O cabelo sofre umas leves ou não tão leves assim, quedas, mas você não liga muito pra isso, afinal seu bebezinho tá ali do seu lado e isso é tudo de mais maravilhoso que existe na sua nova vida.
Até que eles crescem e você se vê meio, digamos assim, acabadinha.

Mas como eu dizendo, a minha relação com meu corpo que já não era tão boa, piorou depois da primeira gravidez. Até um dia que Laurinha tinha 3 meses de vida e viajamos ao Rio de Janeiro. Era minha primeira vez no Rio e por mais incrível que isso possa parecer, foi lá que acabou toda a minha frescura com meu corpo. Ao ver as mulheres beeeeeem mais velhas na praia, curtindo o sol, o mar, usando fio dental, com uma flacidez muuuuito mais acentuada que a minha, caí na real: Porque elas não estão nem aí pra suas celulites e eu aqui, me enrolando nessa canga e maiô? Quase sem aproveitar a praia??
Eu tinha a impressão de que no Rio, só veria mulheres maravilhosamente lindas, uma Garota do Fantástico a cada centímetro de areia, afinal, é isso que passa a mídia pelo Brasil (e até pelo mundo afora). Qual não foi minha surpresa ao constatar a bronca, não que a carioca não seja de fato linda, mas também existem as cariocas feias, mas feia ou bonita, ela se curte e curte o mar e o seu corpo (pelo menos essa foi minha impressão à primeira vista). Pois bem, obrigada às cariocas por terem me tirado dessa paranóia!

Desde então, sabe, tenho amor pelo meu corpo, tá certo, ele já não é mais tão jovem como antes, não tenho muita coragem de mostrar minha barriga por aí e nem idade pra isso, mas tenho coragem por exemplo, de ir numa praia e curtir o sol e sua claridade sobre minhas celulites ou ir numa sauna e tirar o roupão, quer estejam lá dentro, mulheres ou homens. Aliás, a europa tem me ensinado muito sobre meu próprio olhar sobre mim mesma, as mulheres que você vê em comerciais aqui são bem mais velhas, as mulheres, jovens ou não, fazem topless na praça ao ar livre, na praia, nas piscinas, as crianças brincam nuas perto de seus pais na praia e ninguém se importa com isso. As pessoas aqui definitivamente, não tem vergonha de seus próprios corpos e eu acho isso fantástico!

E você? Qual sua relação consigo mesma? Como é que você se vê?

Comentários

  1. Olá!
    Nina, pelo que eu escrevo no blog claro que você sabe que concordo contigo!
    Acho que é uma forma de opressão terrível isso de ficar colocando neura nas pessoas em relação ao próprio corpo. A gente cuida mas a lei da gravidade é implacável e não tem jeito de ser normal e equilibrada e ter sempre cara e corpo de 20 anos. Tem umas atrizes/apresentadoras aqui no Brasil que já não tem mais expressão de tanta plástica e parecem zumbis de tanta lipo e dieta...
    Credo, eu quero mais é envelhecer com a minha beleza, seja ela pouca ou muita mas desde que seja minha e não adquirida no consultório.
    Beijos, moça.

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  2. A indústria da beleza está presente na mídia, para recalcar homens e mulheres e fazê-los escravos de seus produtos.
    Eu tinha um certo constrangimento de ficar nua além dos limites familiares quando ainda era criança. Em casa sempre tomamos banho juntos, meus pais e meus irmãos e a preservação da intimidade era primordial por conceito de educação. Nada religioso, apenas respeito ao corpo como presente sagrado ou algo temporariamente emprestado enquanto vivermos. Também por isso a sua conservação, cuidando da saúde. Não vou querer entregá-lo quando morrer, avariado!
    A exibição do corpo veio junto com a sexualidade. Na adolescencia sentimos essa necessidade de sermos perfeitos aos olhos do outro. Permanecer por muito tempo, durante a vida com essa necessidade - a de se firmar perante os olhos alheios - denota a insegurança que temos de crescer, quebrar vínculos e paradígmas.
    Moro em uma cidade praiana, tenho amigas magras e gordas, novas e mais velhas. Enfim, a aceitação das diferenças, é a aceitação da própria vida. Tudo faz parte!! Vamos deixar os grilos para os adolescentes! (rs*) Beijus

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  3. Nina, eu gosto como sou, tive problemas na adolescência claro que não teve? Mas passei bem por ela e hoje me sinto muito melhor do que quando tinha 18 anos, com tudo em forma. Filho não tive mas sei como a gravidez deforma a gente e sei que o tempo também muda nosso corpo, então com filho ou sem filho a gente vai mesmo para o mesmo destino a gravidade leva junto. Então acho melhor curtir como somos, sem paranóias.
    Mas mudei muito meu pensamento aqui na Alemanha assim como você as pessoas não ligam pra essas bobagens de corpo bonito a qualquer custo eles fazem muito esporte e pra eles parece bastar. Quando vim pra cá estranhei as pessoas nuas a vontade, mas acostumei.
    Bjs Nina

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  4. Comentei sobre isso no blog... na adolescência não gostava da minha magreza. Sabe aquele apelido 'Olívia Palito'?
    ;-)
    Beijos!

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  5. Acabo de ler um livro ótimo... 'Como me tornei um estúpdo' de Martin Page. Bom demais... se puder ler espero que se divirta tanto quanto eu.
    Bjs

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  6. Minha relaçao com meu corpo é ótima...
    Celulites e estrias nem me atrapalham...
    Mas confesso que me cuido e muito...
    Ñ gostaria de ficar flacida...
    Nunca gostei dos meus seios de bolinha de gudi... Então fui logo colocando 365ml...amo, amo e amo ser peituda....
    Confesso que gostaria tirar umas gordurinhas da barriga e colocar a mesma na minha bunda..."aumentar"
    Fica super natural e a bunda fica bem bonitinha...minhas amigas fizeram ....Mas isso é pura vaidade mesmo.

    Pois é...na europa elas fazem top less. Mas quando colocamos um fio dental elas se acham no direito de ficar olhando e achando um absurdo...

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  7. Ninoca, eu vou vijar e estou em pânico! Celulite e MUITA gordura..>Droga!

    Mas decidi que vou me divertir e ponto final!!!

    Acho que vc tem um corpo LINDO!

    Vc tá bem? Ando pensando muito em ti.

    Te amo

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  8. Oi Nina, vc anda sumida, mas eu tb, pois estava cheia de encomendas e não dava p ficar internautando.Agora estou mais folgada e vim te ver. Olha a minha relação c meu corpo sempre foi excelente, ninca tive pudores e nem procupações. Ainda hoje me vejo, mesmo c as pelancas do tempo!!!kkkk Sem nenhum problema. Coloco meu biquini, só q c a calça maior, é lógico , e vou p o clube sem medo de ser feliz! esta semana vai ter coisa nova no site. Estou fazendo coisa diferentes. Vou te avisar. Bjks saudosas.

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  9. Nina, eu tenho uma relação bem interessante com o meu corpo.
    Ele é todo estranho, mas é tão perfeito para mim...
    Nunca tive peito e sempre achei normal. Quando o Pedro nasceu eu falava para maridones que se meus peitos ficassem caidos eu ia colocar silicone, porque peito grande caido é feio, mas peito pequeno(ou quase a falta dele) é indescente! Mas não foi o caso, os peitos sumiram mas não cairam.
    Tenho varizes nas pernas e nos pés, e a gente vive bem, só me sinto incomodada com elas quando doem, senão, nem lembro delas direito. Celulite, devo ter, mas não contabilizo, porque nunca achei feio em ninguém, quem dera acharia feio em mim? Estrias se tenho, também não sei, porque eu vou ser bem sincera, pra que procurar defeito em mim? E a velha história, se eu apontar meu defeito todo mundo vai ver, mas se eu não apontar, só vê quem estiver procurando...
    Eu me vejo bem chuchu beleza com meus 36 anos, 2 filhos, um parto normal e uma cesárea.
    Tô bem legalzinha e sempre foi assim:D(mulher resolvida né?)

    Beijins e tô numa correria:*

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  10. Oi Nina!
    Eu encucava demais com o meu corpo até um certo tempo: e, por me preocupar tanto, vivia no efeito ioiô. Ou eram três horas de ginástica por dia, ou eu estava um tanquinho.
    Hoje eu desencanei. Curto caminhar, estou descobrindo como levar uma vida saudável, mas curto também uma boa comidinha e gosto de mim. Com estrias, com coxas gostosonas, toda voluptuosa :o) Nao sou Barbie, mas do meu jeito, sou perfeitinha sim :o)
    Beijocas, Angie

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  11. Tenho uma relação boa com meu corpo e até mesmo eu me surpreendo com isso.Sou muito magra e mal distribuida.Pernas hiper finas, incluindo as coxas,barriguinha flácida,não tenho quadris, seios pequenos com mamilos enormes, cabelo ralo e dentes grandes e amarelados.Meus seios eram grandes quando era mais nova e ,em 1991 desapareceram assim, num passe de mágica.Ou seja , nem posso culpar os 5 anos de amamentação do Jujuba .
    Evito usar roupas curtas e nunca usei short por exemplo.Mas não me incomoda fazer amor de luz acesa [; )]

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  12. Oi Nina, nunca mais tinha comentado por falta de tempo, mas ñ deixo de vim visitá-la.
    Hoje tenho uma relação melhor c/ meu corpo, mas antes tinha muita vergonha, na praia já cheguei a ir e não tomar banho, aliás nem tirar a roupa.
    Apesar de já ter filho hoje uso biquini, e encaro a praia na boa!!!
    Bjos.

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  13. Que barato ver que vcs se dão bem com os corpitchos meninas, que maravilha! Engracado mesmo é notar que a maioria tinha problemas, mas como o tempo, desencanou, isso é o que eu acho bacana no passar dos anos, a gente passa a ter outras coisas pra pensar, desencana mesmo, curte-se mais os momentos, a vida que se leva, do que a piracoes com corpo, é, quer dizer, nem todas, né? tem umas coroas por ai que nao querem envelhecer e ficam como disse a Elaine, sem expressao alguma no rosto, eu acho triste :(

    Rosa, que bom te rever!

    Abracao a todo mundo

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