Era noite, já meio tarde, tinha cochilado enquanto as minhas duas crianças dormiam na mesma cama que eu. Acordei com uma luz no rosto, surpresa e muito feliz vi que meu filho, então com 7 anos, que não é muito fã de de leitura, lia um livro. Muito mais feliz fiquei, ao constatar que era exatamente o livro da minha vida que ele tinha nas mãos!!
E foi feliz que permiti que ele continuasse com a luz acesa, tentanto incomodá-lo o menos possível enquanto eu ficava imaginando em que parte daquele mágico livrinho ele estava... e foi assim que fui me lembrando dos meus 12/13 anos, quando na escola, o prof Paulo Roberto chegou com uma lista de livros que teríamos que ler até o fim do ano. Na lista estavam inclusos entre outros, o livro que marcou a minha adolescência.
Foi ali, naquela escola simples de Manaus, com aquele livrinho delicioso, que começou também a minha paixão pela leitura. Comecei a ler o livro, e não conseguia mais parar. Tentava ler devagar, até me forçava a ler em pequenos pedaços, mas a historinha toda é envolvente demais.
O personagem principal é o Zezé. Um menino de cerca de 6 anos, muito pobre, com uma família numerosa que precisa se mudar pra uma nova casa. Lá, antes mesmo da mudança, os irmãos correm pra o quintal escolhendo suas árvores, assim como nós também fazíamos lá em casa, nas inúmeras vezes que mudávamos. Como os irmãos mais velhos são sempre mais espertos, sobra ao Zezé apenas uma pequenina árvore, exatamente o Pé de Laranja Lima, que no mesmo dia começa a conversar com Zezé, convencendo o menino de que ele pode ser um bom companheiro, apesar de tão pequeno e com apenas um galho. Conversa essa claro, somente imaginada pela cabecinha do menino sonhador que é o Zeze. E é com esse pezinho de laranja lima que Zezé tem muitos dos seus melhores momentos na infância, entre conversas filosóficas e brincadeiras de cavalinho.
A gente vê o Zezé, que é até um bom menino, mas é também um grande arranjador de confusão pela rua, crescer junto com o livro. Aprender à custa de muito sofrimento, que a vida não é sempre tão doce com a gente.
O livro é carregado de alegrias e dores e não existe idade pra lê-lo, você pode ser um menino de 8 anos ou um menino de 80, e em ambos, a história marca de forma envolvente. O de 8 anos vai se ver na fase do Zezé, hoje e o de 80 vai lembrar que viveu histórias parecidas na infância. Além de ambos se apaixonarem pelo Zezé e por todos os ricos personagens que o acompanham.
Fico imaginando o encantamento que sua doce irma Godóia terá sobre meu filho que o lia naqueles dias, seu irmãozinho Luis, que Zezé precisa cuidar na ausência dos pais que trabalham e que ele tenta de todas as formas, não permitir que ninguém destrua os seus sonhos de crianca, seu irmão Totoca que é duro ao lhe ensinar sobre a vida, mas que mantém seu encanto aos olhos do menino Zezé, a professora que por ser feia, nunca ganha flores dos alunos, mas que entre ela e Zezé cresce de forma bonita uma amizade, começada ao Zezé lhe entregar uma flor no primeiro dia de aula. O pai, a mãe, e os dois mais importantes amigos: Xururuca ou Minguinho (o Pé de Laranja Lima) e o Portuga, ou Manuel Valadares... Fico esperando que meu filho se deixe levar pela grande ternura daquela amizade...
Portuga é um senhor que vê no Zezé, toda a doçura que o menino possui escondida nas suas traquinagens pela rua. O menino que vai crescendo durante a leitura, que descobre várias coisas interessantes, como o fato que ele pode cantar sem abrir a boca, ou que ele tem um passarinho dentro dele que fala e canta. Entre eles surge uma das mais belas relações paternais já lidas por mim. A gente se encanta com tanto carinho que existe entre os dois.
Só que como tudo na vida, Zezé aprende que existem muitas perdas pelo caminho do crescimento, e ele perde o mais querido amigo que é levado pelo temível e barulhento Mangaratiba. Como terá reagido meu filho a essa perda, também tão dolorida ao leitor?
Perda que leva Zezé a ficar tão doente e deprimido, que a gente tem a impressão de que ele não suportará. Mas ele se recupera e no fim da leitura, entre lágrimas, a gente descobre que é o Zezé quem está contando a história...
História esta, emocionante, que me acompanha desde menina e que nunca mais saiu de perto de mim, que já foi lida pelo meus filhos inúmeras vezes.
Foi inspirado nesse passarinho que o Zezé ouvia dentro de si, que nosso professor pediu que fizéssemos uma redação e eu fui a única a receber nota máxima, num tempo que o meu máximo sempre foi mediano, compartilhei com meu personagem preferido a alegria de me sair bem na escola. Uma das primeiras vezes!
Foi com o Zezé que aprendi a soltar meu passarinho de dentro, foi ele quem abriu as portas para minha emoção e amor a leitura.
O Meu Pé de Laranja Lima, de José Mauro de Vasconcelos, Ed. Melhoramentos
E foi feliz que permiti que ele continuasse com a luz acesa, tentanto incomodá-lo o menos possível enquanto eu ficava imaginando em que parte daquele mágico livrinho ele estava... e foi assim que fui me lembrando dos meus 12/13 anos, quando na escola, o prof Paulo Roberto chegou com uma lista de livros que teríamos que ler até o fim do ano. Na lista estavam inclusos entre outros, o livro que marcou a minha adolescência.
Foi ali, naquela escola simples de Manaus, com aquele livrinho delicioso, que começou também a minha paixão pela leitura. Comecei a ler o livro, e não conseguia mais parar. Tentava ler devagar, até me forçava a ler em pequenos pedaços, mas a historinha toda é envolvente demais.
O personagem principal é o Zezé. Um menino de cerca de 6 anos, muito pobre, com uma família numerosa que precisa se mudar pra uma nova casa. Lá, antes mesmo da mudança, os irmãos correm pra o quintal escolhendo suas árvores, assim como nós também fazíamos lá em casa, nas inúmeras vezes que mudávamos. Como os irmãos mais velhos são sempre mais espertos, sobra ao Zezé apenas uma pequenina árvore, exatamente o Pé de Laranja Lima, que no mesmo dia começa a conversar com Zezé, convencendo o menino de que ele pode ser um bom companheiro, apesar de tão pequeno e com apenas um galho. Conversa essa claro, somente imaginada pela cabecinha do menino sonhador que é o Zeze. E é com esse pezinho de laranja lima que Zezé tem muitos dos seus melhores momentos na infância, entre conversas filosóficas e brincadeiras de cavalinho.
A gente vê o Zezé, que é até um bom menino, mas é também um grande arranjador de confusão pela rua, crescer junto com o livro. Aprender à custa de muito sofrimento, que a vida não é sempre tão doce com a gente.
O livro é carregado de alegrias e dores e não existe idade pra lê-lo, você pode ser um menino de 8 anos ou um menino de 80, e em ambos, a história marca de forma envolvente. O de 8 anos vai se ver na fase do Zezé, hoje e o de 80 vai lembrar que viveu histórias parecidas na infância. Além de ambos se apaixonarem pelo Zezé e por todos os ricos personagens que o acompanham.
Fico imaginando o encantamento que sua doce irma Godóia terá sobre meu filho que o lia naqueles dias, seu irmãozinho Luis, que Zezé precisa cuidar na ausência dos pais que trabalham e que ele tenta de todas as formas, não permitir que ninguém destrua os seus sonhos de crianca, seu irmão Totoca que é duro ao lhe ensinar sobre a vida, mas que mantém seu encanto aos olhos do menino Zezé, a professora que por ser feia, nunca ganha flores dos alunos, mas que entre ela e Zezé cresce de forma bonita uma amizade, começada ao Zezé lhe entregar uma flor no primeiro dia de aula. O pai, a mãe, e os dois mais importantes amigos: Xururuca ou Minguinho (o Pé de Laranja Lima) e o Portuga, ou Manuel Valadares... Fico esperando que meu filho se deixe levar pela grande ternura daquela amizade...
Portuga é um senhor que vê no Zezé, toda a doçura que o menino possui escondida nas suas traquinagens pela rua. O menino que vai crescendo durante a leitura, que descobre várias coisas interessantes, como o fato que ele pode cantar sem abrir a boca, ou que ele tem um passarinho dentro dele que fala e canta. Entre eles surge uma das mais belas relações paternais já lidas por mim. A gente se encanta com tanto carinho que existe entre os dois.
Só que como tudo na vida, Zezé aprende que existem muitas perdas pelo caminho do crescimento, e ele perde o mais querido amigo que é levado pelo temível e barulhento Mangaratiba. Como terá reagido meu filho a essa perda, também tão dolorida ao leitor?
Perda que leva Zezé a ficar tão doente e deprimido, que a gente tem a impressão de que ele não suportará. Mas ele se recupera e no fim da leitura, entre lágrimas, a gente descobre que é o Zezé quem está contando a história...
História esta, emocionante, que me acompanha desde menina e que nunca mais saiu de perto de mim, que já foi lida pelo meus filhos inúmeras vezes.
Foi inspirado nesse passarinho que o Zezé ouvia dentro de si, que nosso professor pediu que fizéssemos uma redação e eu fui a única a receber nota máxima, num tempo que o meu máximo sempre foi mediano, compartilhei com meu personagem preferido a alegria de me sair bem na escola. Uma das primeiras vezes!
Foi com o Zezé que aprendi a soltar meu passarinho de dentro, foi ele quem abriu as portas para minha emoção e amor a leitura.
* * *
O Meu Pé de Laranja Lima, de José Mauro de Vasconcelos, Ed. Melhoramentos
* * *
Nina, eu tb o li. Mas como já conhecia a estória da novela, o sentido ao lê-lo foi outro.
ResponderExcluirBjus e esse seu filho comecou bem...
Nina vc me fez voltar no tempo...com certeza quero reler O meu Pè de Laranja Lima!
ResponderExcluirBjs
Meire
Comigo foi o contrário, Geórgia, eu nunca quis ver a novela, porque eu sabia que ela quebraria o encanto maravilhoso do livro...
ResponderExcluirEntao Meire, relê, relê!
ai Nina, eu li e ssee...kkk
ResponderExcluirMenina...amava ler as historias desse livro.Mas o livro da minha vida foi outro....kkk
beijos e dias felizes
Nina
ResponderExcluirParabéns pela postagem! Me fez voltar à minha infância! Ô tempo bom!
Obrigada pela visita em meu blog...realmente não foi fácil o que passei!
Voltarei por aqui mais vezes,
um abraço,
Renata
E também é o meu, Nina.
ResponderExcluirAquela relação de amor com o Portuga, é qualquer coisa de único.
Nossa, Nina!!! Me lembrei até do papel verde com etiqueta branca que encapou esse livro meu...Adorei também. Vou postar também, gostei muito dessa blogagem...
ResponderExcluirBeijo,
Rê.
Querida Nina,
ResponderExcluirJá era adulta quando li "O meu pé de latanja lima", eu adorei!!! provavelmente esse tmb seria o livro da minha vida, eh maravilhoso... eu lembro que, qdo estava lendo, comentava com meu irmão e minha irmã, falávamos dos personagens (Zezé, Godóia, Xururuca, etc)... foi uma leitura encantadora...
Bjs!!!
Nina, eu não sei se tenho um livro marcante.Todos da minha adolescencia me marcaram , cada um por sua vez.Adorei ler Pollyanna e As Brumas de Avalon , por exemplo. Este último a visão feminina na busca pelo Graal, o reino de Camelot, a Tavola redonda, a corte do rei Arthur.Eu sonhava com meus filhos que se chamariam Morgana e Arthur.
ResponderExcluirTempos depois foi a vez de me apaixonar pelo realismo fantástico do Gabriel Garcia Marques.Tenho todos os livros.
No momento, Amos Oz, o maior escritor sraelense da atualidade mora no meu coração.
Outro livro que amo de paixão é o indiano O Deus das Pequenas Coisas da Arundhati Roy.
E, pensando bem, minha lista é muito loooonnga.
BeijoKas, muitas delas,
Olá!
ResponderExcluirAmo esse livro, foi o primeiro que li na vida!
E seu texto me fez querer lê-lo novamente.
E pensar que tem gente que não gosta de ler!!!
Fica com Deus, Nina.
Vi o filme, a série, o seriado... mas o livro nao li... vergonhoso! Vou colocar na lista apra trazer da proxima!!
ResponderExcluirPoxa vida adoraria ter participado dessa blogagem coletiva... acho que vou transforma-la em meme!!! hehhehehe
Ai Nina, sabe que depois de ter escrito o post fiquei preocupada se tu nao ias te aborrecer de eu está revelando um suposto caso nosso por ai... mas tinha a intuicao de que vc levaria na boa e gracas a Deus (e a minha reputacao) acertei ahhahahaahah
Oi Nina!!!
ResponderExcluirEspetacular e cativante seu post. Eu lembro desse livro, lemos e assistimos o filme na escola foi tão mágico, lembro que até alguns meninos da sala não conseguiram conter as lágrimas assistindo o filme.
Beijos
Oi Nina tudo bem? conhece a ediçaõ vagalume aqueles livrinhos de história policial rsrs.
ResponderExcluirMeus preferidos....
Aparece no meu cantinho tá? tenho novidades..bjs Nine
Oi Nina!
ResponderExcluirAdorei o que você escreveu.. que apredeu a soltar seu passarinho de dentro. Que bom que na simplicidade do livro, Zezé pode despertar uma coisa tão boa!
Beijo!
Nossa! Que texto delicioso!
ResponderExcluirTambém fui apaixonada pela história do Meu Pé de Laranja-lima e do Zezé e, lá no meu quintal, no meu cajueiro, ficava imaginando aquelas conversas todas dos dois.
Pôxa, fiz uma viagem no tempo!
Um beijo, linda! A blogagem está um sucesso!
=*
Nina, que lindo post.
ResponderExcluirNão li ainda esse livro, mas vc me criou um desejo enorme de lê-lo. :)
E na foto do meu perfil sou eu (com 1 ano e 6 meses) e minha mãe grávida da minha irmã, colocando bobbys nos meus cabelos para cacheá-los. :)
Beijos!!!
Delicioso este livro, Nina!
ResponderExcluirQue lembrança boa!
Beijos!
NINA, querida, estou bem, estava sem internet no trabalho e em casa, eu estava doidinha...Nunca pensei que eu fosse tão dependente dela.
ResponderExcluirLi seus posts, adorei o que a professora disse sobre o oão, fico muito orgulhosa dele e de você...Realmente seus filhos são especialíssimos!
Amo você!
Estava com saudades!
Nininha! quando vi que você ia participar da blogagem do livro eu tinha certeza que você iria falar dele, e me deu um clic. O Caio ainda não conhece o Zezé, já tá mais do que na hora de apresentá-los você não acha? heheheh
ResponderExcluirtambém amo o livro, mas vi a novela antes, aquela bem antiga que passou na band quando eu era menina ainda, mas li o livro sem ligar o nome de um com o outro e achei o livro muito mais encantador!
Beijins:*
Olá Menininha!
ResponderExcluirAndo sumida, não é?
Que pena, não cheguei a tempo da blogagem coletiva.
Gostaria muito de escrever sobre o livro da minha vida: "Cem Anos de Solidão" Gabriel García Marques. Puxa, como amo este livro.
Bom, depois escrevo sobre ele...
bjux, bjux queridíssima!
Eu li este, mas não lembro muitos detalhes. Sei que adorei! Mas meus preferidos da infância foram Pollyanna, Pollyanna moça e A Ilha Perdida. Vc leu?
ResponderExcluirOi Nina, realmente a minha dedicatória foi linda!!!! Reencontrei-o 20 anos depois!!! Mas isso é outro papo.
ResponderExcluirNossa amo de paixão o Meu pé de laranja lima, minhas filhas tb sempre gostaram muito. Gostei demais da novela, foi mto bem feita e acho q não tirou a magia do livro.
Realmente há livros p toda a vida e esse é um deles, como tb O menino do dedo verde e tantos outros, mas o meu foi escolhido pelo q representou. Bjks
E não é gente, que é lindo demais esse Zezé?? Aaaahh, eu sou apaixonada por ele. Quem nao leu, lê! e dê de presente aos seus filhos,sobrinhos, irmaozinhos, enfim, é lindo demais :)
ResponderExcluirObrigada a cada um que veio aqui, adorei ler todos os comentários.
Que lindo!! Poxa seria tao interessante vc ter seu textinho de crianca sobre o livro! Ja pensou ver agora sua escrita descrevendo sua emocao daquele momento!? Este livro e realmente uma grande obra de arte! E o bacana de qlq livro e cada um fazer sua interpretacao, e tudo tao subjetivo, tao unico! O autor sempre escreve pensando de um jeito, mas nao quer dizer que aquela e certa, as vezes ele toca o outro num outro ponto, e semre importante. Acho os escritores muito especiais!
ResponderExcluirLivro seu post e seu livro!
bjks
Bom dia, Nina! Obrigada pela visita e pelo comentário. Fiquei curiosa e entrei aqui para conhecer o seu livro favorito, e "O meu pé de laranja lima" foi o primeiro livro triste que li em minha vida: chorei muito na primeira vez que li as aventuras de Zezé, sua amizade com Portuga e, principalmente, as surras cruéis que levava de seu pai. Tenho este livro até hoje, guardo-o como uma relíquia de minhas primeiras aventuras literárias!
ResponderExcluirBoa sorte com o Dorian Gray em alemão, conte-me depois o que achou da história! Abraço e sucesso!
P.S.: passeei pelo seu blog e ele é muito bom, parabéns!
Nina, seu post tocou meu coração , eu li este livro, vi a novela, o filme, ah que história mais lindaaaaaaaa.
ResponderExcluirMuito obrigada pela rica participação na coletiva.
Abraço
OI Nina,
ResponderExcluirPuxa, ler os posts dos demais sempre nos lembra o quanto somos injustos com outros livros que lemos. Esse seu livro estava lá atrás perdido no tempo...Li, assisti a novela me emocionei muito e as situações descritas nesse livro são universais. Linda postagem.
Bjs
Nina, que lindo o seu post ! Quase chorei lembrando da Godóia !
ResponderExcluirMeu filho ganhou este livro de uma amigona estes dias ....Vou relê-lo com ele....
Nina, esqueci de contar que por causa da novela Meu Pé de Laranja Lima, meu irmão mais velho que se chama na verdade Caio, tem o apelido de Zezé.
ResponderExcluirNina, obrigada pelo arquivo. Há correio especial, saído do túnel do tempo.
ResponderExcluirbeijos