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Passando vexame em Roma

Há algum tempo estava querendo comprar uma calça branca mais larguinha, de tecido mais encorpado. Até que achei uma que cabia direitinho no bolso, de uma das minhas marcas preferidas. Linda a meu ver! E totalmente dentro do meu estilo. Uau! Agora sim! 

Só que engordei e ela passou a ficar muito apertada. E por isso foi ficando lá no armário, abandonadinha, esperando o grande dia de ser usada. Este ano, emagreci os cinco quilos que desejava e a calça ficou perfeitinha! Folgadinha como eu queria. Só que não aparecia lugar para estreá-la. 

Aí, tcharan! Surgiram as férias de verão e fomos a Itália! Arrumei minha calça maravilhosa, acomodadinha na mala, toda protegida e pegamos a estrada. Muitos dias de praia e dias muito quentes, nem me permitiram pensar em usar uma calça comprida e nem mesmo à noite, a bendita Itália refrescava pra eu finalmente vestir minha amada calça branca! Mais algumas cidades, ainda muito calor e muitos bons restaurantes e comida boa, me fizeram lembrar daquela belezinha reservada lá no fundo da mala, mas quando fui experimentar, ela estava apertada de novo. Não ia usar uma calça estourando no bumbum nem a pau! Dei uma reduzida na comilança e disse a mim mesma que usaria com um daqueles shortinhos tipo cinta que tinha levado na mala, e tava ótimo! Decidi toda feliz, que ia estrear minha maravilhosa em Roma! Olha só que beleza de estréia! Que lugar perfeito!

Partimos para Roma! As mulheres lindíssimas na cidade iriam amar minha calça de verão na cor da riqueza! A combinei com uma blusa vermelho escuro, uma sandalinha rasteira de oncinha (uma das duas únicas sandálias que levei na viagem), o short-cinta cor da pele e lá estava ela, toda perfeitinha segurando as banhas e escondendo alguma celulite! 

Passeamos pela bela Roma, e eu toda faceira com minha companheira tão bela, branquinha, imaculada, sob todos os cuidados do mundo: 

– Menino, cuidado com esse molho perto de mim, pelamor; menina, deixa que papai te carrega, ok? Seus sapatos podem sujar minha calça; sentar ai? Nem morta! Eu nao! Vai sujar a minha roupa nova!

– Ué, que roupa nova? 

– Poxa, tá cego é homem? Não percebeu ainda?? Me arrumei toda... bah, homens!

No fim do dia,  fomos jantar num restaurante simples e com as cadeiras na calçada; eu comi uma bela carbonara, as criancas espaguete e pizza e eu toda feliz que ia terminar o dia sem uma mancha na minha calca branca! 

Até que, caminhando em direcao a estacao de metrô, senti algo úmido na parte de trás. Pedi ao marido que olhasse e ele fez uma cara estranha e disse: 

– Tem algo escuro aí, não sei se é vermelho ou marrom. Onde foi que tu sentou, Nina? 

– Não sei, eu tomei todo o cuidado! Ai que droga! Pedrinho, olha pra mim e descobre o que é isso, AGORA! 

Bom, havia três possibilidades: 

A menstrucao tinha descido; sentei em alguma sujeira ou... ou...

Sim, querido leitor, eu havia borrado as calças! Em plena Roma! Depois de todo o cuidado que havia tido com minha roupinha linda e cara, e tão branquinha, de caimento tão perfeito, tão chique, tão bela e agora, tão cagada! 

Minha família nao acreditou que eu, a quase sempre elegante e crítica Nina, tinha uma mácula agora, na sua imagem! Que merda! Literalmente! Por sorte, já era escuro, tinha pouca gente no metrô e a minha blusa vermelha mais longuinha podia cobrir minha vergonha. 

Até hoje nao sei como aquilo aconteceu, eu nao percebi nada! Nao estava ruim da barriga, nao tive dor e pra ser sincera, nem lembro de ter dado algum pum (kkkkkkkk). 

Resumo da ópera: Minha amada calca branca, que é feita de uma meleca de um tecido que nao pode ficar de molho, nem ser lavada na máquina (se fosse uma baratinha, certamente nao teria esse problema) está perfeita novamente, após muito trabalho que eu tive com as maos, mas carregará para sempre uma bem leve e discreta mancha marrom para me lembrar algo que eu sempre gosto de jogar na cara dos outros: coisas sao apenas coisas, pessoas são mais importantes.

Um tapa na cara da hipócrita Nina Rosa!  

ps. e se você algum dia me vir com essa calca por aí, lembrar desse fato e rir de mim, eu te pego lá fora!


Comentários

  1. Kkkkk rindo até amanhã meio dia kkkkk

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    1. Hahahahaha enquanto eu escrevia tbm ri muito. Na hora, menina, fiquei tão chateada kkkkkk

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  2. kkkkkkk Mas, sua crônica não tem como não deixar de rir e, tenho certeza, você mesma sempre lembrará desse ocorrido quando for usar a calça. De qualquer forma, tudo é ótimo quando se trata de lembrar de Roma. bjs

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    1. Hehehe, com certeza Beth querida, vou lembrar desse episódio toda vez que olhar pra calca :-)

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