Pular para o conteúdo principal

Minhas filhas meninas

Hoje mais cedo, passei alguns momentos de estresse na rua e quando cheguei em casa, estava contando ao meu marido que começou a reagir bravo comigo, daquele jeito de homem que pensa estar fazendo a coisa certa, mas está só reagindo como homem, sabe? Então vi minha filhinha Flora, de três anos e meio, indo em sua direção e dizendo calmamente e com amor, na sua língua enrolada: 

– Não papai, não fale assim com a mamãe, estou lhe dizendo, não fale! 

Depois ela vinha em minha direção, me dava um abraço me dizendo: 

– Eu já falei com o papai, mamãe! – E me dava um beijo, se aninhava em meus braços, e voltava ao pai, repetindo, "não papai, assim não!"  

Nós ficamos rindo do seu jeitinho... E eu emocionada, fiquei lembrando de uma cena parecidíssima, acontecida vinte e quatro anos atrás, quando minha primeira filhinha Laura, que completa hoje vinte e sete anos, dizia com mãos na cintura, olhando séria para seu pai, que falava irritado comigo: 

– Não pai, não fale assim com a mamãe, ela está menstruada. Nós mulheres, menstruamos, sabia? Não fale assim com a mamãe!

Como não se emocionar com essas meninas? 

Depois, fomos Florinha e eu, dançar como bailarinas no quarto. Ela fazendo os passos do seu jeito, eu, tentando ensinar, tendando aprender, mais me esticando do que girando; ela mais girando que dançando e nós duas rindo. Que lindo!

Minutos depois, ela cansou de girar e foi para o seu quarto desenhar e eu vim escrever. Tem uma música calminha tocando agora, tem eu feliz, tem minha filha desenhando e uma chuvinha fina lá fora. 

A vida é isso, não é? Uma construção de bons e não tão bons momentos. Tristes e bravos, ternos e meigos, comuns e banais momentos. Tento ver amor em tudo. Não tenho outra saída. Cada dia o amor é mais presente, conscientemente, no meu dia a dia. Eu achava que amava antes. Não amava. 

Todo dia aprendo. Minha filha Laura, no passado, com apenas três anos, tentou me ensinar sobre respeito perante um homem, eu nao aprendi. Demorei, foi um longo processo. Minha filha Flora, hoje me ensina com sua delicadeza, a ser feminina. Ela é tão menininha, com seus três aninhos, mas ao mesmo tempo é firme, sabe o que quer... tão pequena. 

Minhas duas filhas, a mais velha e a caçula, separadas por vinte e três anos, diferentes e tão parecidas...



Como sou uma mulher abençoada, meu Deus! Obrigada, Pai! Obrigada. Sei que preciso de vez em quando te pedir alguma coisa, eu só lhe agradeço... então, por favor, dê momentos amorosos aos meus filhos, assim como o Senhor me dá. É o meu pedido para hoje. Amém!


Comentários

  1. Que lindo Nina. E eu aprendi mais uma com a sua pequena Laura, sendo feminina e firme. E aprendendo contigo a observar doces detalhes da vida de uma mulher, mãe, esposa, dona do lar... Senhor é Bom. Obrigada por compartilhar suas preciosidades 🌷💕🥰

    ResponderExcluir
    Respostas
    1. A gente aprende mais com eles, do que o inverso, nao é, mana?!

      Excluir
  2. Nina, parabéns para a Laura. Como é bom ter filhos quando mais novas, olhs só, devem ser mais amigas do que mãe e filha, com o devido respeito à hierarquia. E ter a Flora tb é uma delícia, deixa você mais jovem ainda!
    Que sua Laura tenha saúde e alegrias.
    Beijo.

    ResponderExcluir
  3. Sempre temos algo a aprender, sempre!!!

    ResponderExcluir
  4. Oi, Nina!
    Temos que ensinar, mas também temos muito a aprender com os filhos, com amor, nunca com autoritarismo. Como disse alguém: prefiro pecar pelo excesso, mas nunca pela falta.
    Beijus,

    ResponderExcluir
    Respostas
    1. É verdade, com muito amor, embora com firmeza (nao com autoritarimso, como vc bem frisou)
      Bjs

      Excluir

Postar um comentário