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Pingo de Gente?

Deletei um outro blog que tinha, como os temas eram meio parecidos, resolvi deletar. Mas como lá minha irmã escreveu um belo texto sobre a pessoa que vos fala (escreve!) achei que não era justo deletar junto. Então, aí está algo sobre uma pingo de gente... muitos de vocês já conhecem, a pingo e o texto.

"Ela era tão pequena, tão frágil. Tinha pouco cabelo, ralo bem ralo. Os olhinhos eram puxados, indígenas, lógico. A boca era pequenina. E dela não saía quase nada. Gente, ela não falava! Fazia gestos para pedir o que queria e isso era motivo de risada para membros da família. Cresceu tímida, quieta no quarto. Meio bicho grilo mesmo. Chegou até a namorar um hippie, aqueles que dormem nos bancos das praças. Era o seu protesto. Os cabelos, nessa época, já não eram tão ralos. Cheios de cachos, invejados por muitas. Cresceu um pouco mais, só um pouco. Sempre foi baixinha, assim como eu. E agora, sua boca falava, e como... Tão rápido, que ela ria dos próprios engasgues. Foi a primeira a entrar na universidade e a última a sair dela. A vida foi difícil, por isso não conseguia cumprir suas matérias. Engravidou duas vezes. Dois filhos lindos, inteligentes. E a vida continuava árdua, amarga em sua maioria. Parecia que ela nunca sairia daquela situação. Eu, já havia tentado várias vezes. Ela não reagia, pelo menos aparentemente. O que eu não sabia, ou não lembrava é que ela, ao contrário do que todos pensavam, era uma gigante, forte, que se escondia atrás de uma fragilidade persistente. Hoje sei que ela era o meu inverso. Explico: eu era aparentemente forte, a mais forte de todas. Forte , nada! Ela descobriu que eu não era isso. E ela, que parecia ser fraquinha, mostrou a todos que só era pequena no tamanho. Pingo de Gente era o seu apelido, quando criança. Ela cresceu, apareceu, criou asas e voou pra bem longe. Longe de nós, seus admiradores. Que vimos de camarote, uma mulher passar a perna na vida que levava. E olha que ela morava lá no fim do mundo. Hoje ela ainda mora no fim do mundo, só que no continente europeu. Ela cresceu e apareceu. Danada essa minha irmã.


Minha irmã me convidou pra escrever no seu blog. Quanta honra escrever no blog dela. Mas sobre o que escreveria? Qual seria meu primeiro assunto? Não tinha a menor idéia. Os dias foram passando e nada!!! Só uma vozinha lá no fundo, dizia: Escreve sobre a Nina, escreva sobre a Nina. Resolvi então me entregar à insistente voz e escrever sobre a Nina Rosa. Ops! Nina Rosa? Ela detesta que a chame assim. Mas, ela é a minha Nina Rosa, a minha pequena querida. Quando eu crescer quero ser como ela. Um dos melhores seres humanos que eu conheço. Te amo tanto minha linda! Que vc seja ainda mais feliz".


A coisa que eu mais amo na minha família, é a relação de amizade, respeito e carinho que nós, os irmãos, temos uns com os outros. E esse amor é lindo.

Minha irmã, a fotógrafa da família, a gente se parece...

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